[Tutorial] Tensei

O Sol batia quente em sua pele, mas a leve brisa fria contrastava com seu corpo levemente aquecido. De minutos em minutos, um fraco vento gélido passava pelas ruas de Lvneel, que por sua vez estava por começar o seu dia, pois se olhasse aos arredores, poderia ver que cada um dos moradores daquele reino, se ajeitavam aos poucos em suas lojas.

Nosso protagonista da vez, o extravagante Colt IV, caçava em suas lembranças quando havia desembarcado naquela ilha, mesmo que suas condições atuais não lhe ajudassem com tal procura. O Jovem de exótica tatuagem corporal buscava aos poucos se recuperar da ressaca de outrora, que de certa forma, lhe custou a perda de sua arma, e isso o levava ao seu primeiro objetivo: Encontrar uma loja de armas.

De forma não costumeira pelos habitantes daquela ilha, Colt IV propôs se a abordar algum cidadão que estivesse passando por ali, na tentativa de conseguir a informação de que tanto precisava. – Ahn?... é-é... o que é você? – Se perguntava o homem que agora estava pálido, como se visse um fantasma a sua frente. – B-b-bem ali... logo a sua frente... n-n-na... esquin... AAAAAAH! – Num “tiro”, aquele homem se afastava de Colt IV, sumindo em um dos cruzamentos próximos dali.

Colt IV conseguia a informação de que tanto buscava, e se observasse mais atentamente, veria bem a sua frente, ao lado direito da rua, uma loja de armas. Sua arquitetura era bem-acabada e toda feita de madeira, pintada em um tom de marrom bem escuro que destacavam as fortes rachaduras naturais em suas paredes. Dois vidros que ficavam em lados opostos a porta revelavam um pouco de sua parte interna, porém, o foco era a exposição de algumas das armaduras e espadas mais glamorosas que Colt IV poderia ver. A porta se abria em dois lados, com maçanetas que brilhavam como ouro, de fato um local de se invejar. Acima da porta, um letreiro retalhado na madeira indicava o nome da loja... “Mensam Gladio”.


Internamente, a loja era ainda mais incrível, pois onde olhasse, Colt IV poderia encontrar qualquer tipo de arma, desde machados, espadas, lanças, bestas, naginatas, escudos, armaduras, entre outras mais, todas separadas por sessões e com facilidade de procura. Algumas armaduras vazias ficavam como exposições espalhadas pela loja, aglomerando poucos clientes que ali estavam, admirados com tal qualidade. – Em que posso ajudar, milorde? – Um homem de baixa estatura, com aproximadamente 1,47m de altura, calvo no topo de sua cabeça, e um cabelo lateral em tamanho médio que se conectava a sua barba, abordava o jovem viajante. O senhor aparente vendedor da loja, vestia uma túnica azul, e carregava em seus braços e dedos, adornos de ouro e metal que chamavam a atenção.

- A julgar pela sua aparência, deves ser um viajante, correto? – Analisava Colt IV de cima a baixo, até que seu olhar se chocasse com o peculiar terceiro olho do jovem. – Vejo que és bem exótico... kishikishikishi! – Um leve sorriso cheio de más intenções era direcionado a Colt IV, que agora tinha a sua disposição, uma grande e aparente popular loja de armas em Lvneel.

Apesar de Colt IV ser um recém-chegado em Lvneel, o amedrontamento daquele civil não lhe incomodava, nem tão pouco lhe surpreendia, pois já estava acostumado com o tratamento “diferenciado” das pessoas para com a sua aparência adquirida há um bom tempo atrás. E de forma debochada, pedia a ele que anunciasse a sua chegada para toda a ilha.

Seguindo as diretrizes do cidadão, Colt IV seguiu rumo até a loja, e ao chegar lá, se encantou com tamanha qualidade em sua arquitetura, e grande ostentação dela. A quantidade de armas e armaduras era imensa, e a diversidade era abundante, enchendo os olhos do nosso protagonista – até mesmo o seu terceiro olho ficara encantado. De forma cordial, o jovem de três olhos recebia os cumprimentos do aparente dono da loja, que ao ver toda a teatralidade do tatuado, respondeu-o de imediato. – Milorde, jamais aceitaria ver a morte vagar pelas ruas sem sua boa foice, aquela a quem leva os que merecem. – Se virava de costas para Colt IV e começava a caminhar. - Por favor, me siga! Lhe apresentarei a ceifadora perfeita! –

O baixo homem levava Colt IV até o canto direito da loja, onde havia um estande com cinco armas diferentes, entre elas havia um martelo dourado com ornamentos em esmeralda, uma espada azul com um cabo em dourado, e um dragão retalhado em sua bainha, um bastão negro, com pontas cristalizadas em diamantes, um machado comprido de madeiras, mas que em seu corte havia pedras de rubi... e por fim, uma foice tripla vermelha, sendo a da ponta a maior, e as outras duas respectivamente um pouco menores em comparação. – Aqui está Milorde! Está é a “Gadanha”, a foice do ceifador. Excelente para os seus objetivos! – Apontava para a arma abaixando sua cabeça em forma de reverência, abrindo espaço para que o jovem de três olhos pudesse pegá-la. – Não se preocupe meu amo, é um presente meu pela sua chegada em nossa bela ilha. – Ao sentir a ameaça e o aproximar das lâminas, o homem pôs-se a retirar suas joias para entregá-las sem negar.

Sem pensar duas vezes, o jovem começou a correr para se afastar o mais rápido dali, já que agora tinha em posse uma bela foice e joias roubadas. No entanto, quando ele estava por atravessar o último corredor e se aproximar da porta do estabelecimento, um enorme porrete surgiu saindo por de trás da estante a sua esquerda, atingindo Colt IV em cheio no seu estômago, fazendo-o cair ao chão. As joias se espalharam pelos lados do piso, e a foice estava caída bem em cima de seu colo, a sua frente era possível ver um homem de aproximadamente 2,30 de altura, trajando roupas e sapatos sociais, e um suspensório preto, com seu porrete bege em sua mão direita.

- Pensou mesmo que fugiria assim tão fácil!? Kishikishikishi – Surgia a voz do vendedor da loja vinda lá de trás enquanto coletava suas joias que estavam no chão. – MORTE? KISHIKISHIKISHI, só pode ser um tolo!  - Enfeitava suas mãos e dedos com seus adornos novamente, enquanto os clientes que ali estavam começavam a correr desesperadamente para fora da loja. – Você me dará muito dinheiro com esse exótico terceiro olho... ACABE COM ELE!!! – Em uma ordem, o “gigante” trajado em social, urrava enquanto levantava seu porrete pronto para desferir um golpes vertical.

A aparente cordialidade do homem fazia com que um enorme sorriso aparecesse em meus lábios, e o seguindo com passos lentos finalmente puder ver a arma perfeita. A foice vermelho sangue com três laminas era linda, fazendo meus olhos brilharem enquanto a segurava -É perfeita!-Exclamei antes de executar o roubo ao vendedor, analisando com tesão cada detalhe da nova arma. Minha felicidade foi ainda maior quando o "roubo" ocorreu da forma que queria, com o velho passando tudo de valor que tinha antes que eu partisse na direção da porta afim de fugir -Barrararara Ótimo meu senhor, tem uma sabedoria escondida atrás desse pequeno corpo.- Ironizei antes de correr.

Com passos rápidos e a nova arma em mãos não demorou até eu estar próximo da saída, mas um descuido de minha parte -não analisar o local- fez com que não percebesse um porrete vindo na direção de meu estomago. O golpe foi forte no entanto tentei segurar com força a arma na mão esquerda, enquanto usava a direita como apoio para me levantar, escutando as palavras do velho enquanto o "segurança" do local parecia pronto para outro golpe. Tentaria então flexionar as pernas com força afim de criar impulso para me lançar para trás, na direção oposta do gigante afim de me esquivar de seu golpe.

Ainda com dor no estomago iria sorrir -Vejo que terei mais dois nomes para riscar da lista hoje, e veja bem velho...- Enquanto falava abria os braços de forma teatral, como que me mostrando um ser superior -Irei abrir uns buracos no seu corpo para acomodar os dois olhos desse seu amigo, que farei questão de arrancar Barararararar!- Após falar iria tentar avançar na direção do segurança, segurando a foice com ambas as mãos e a colocando no lado direito de meu corpo, minha intenção era tentar executar um golpe vertical de baixo para cima mirando as genitais do homem, como a foice tinha 3 laminas de tamanhos diferentes mesmo que ele tentasse bloquear era provável que alguma tivesse êxito.

No entanto sendo ou não efetivo tentaria executar outro golpe dessa vez na horizontal mirando os joelhos do segurança, meu ataques não miravam pontos vitais pois não queria matar o mesmo de forma rápida, faze-lo sofrer seria a melhor e mais satisfatória maneira de lidar com a situação. SE conseguisse acertar algum ataque iria cuspir no mesmo -Bararara Aqueles que atrapalham a morte, ironicamente não merecem morrer de forma rápida!.- Ver sangue era uma das coisas que mais me deixava excitado, além de uma boa batalha.

Não obtendo êxito em nenhum ataque iria me focar na defesa, tentaria sempre manter uma distancia mínima de 2 metros do homem pois minha arma na teoria tinha um alcance maior. Ainda assim focaria minha visão nas mãos do mesmo, caso ele tentasse golpes com o porrete eu iria tentar me defender usando o cabo da foice, segurando a mesma com as duas mãos e colocando ela entre meu corpo e o golpe do oponente afim de bloqueá-lo. Ainda assim se percebesse algum ataque com muita força tentaria saltar e rolar meu corpo pelo chão na direção oposta ao golpe, para desviar do mesmo.

A cordialidade do vendedor fazia parecer que tudo estaria indo muito bem para Colt IV já em sua recente chegada na ilha. Sem floreios, pôs-se a colocar as mãos na belíssima arma que lhe era oferecida, a qual fazia saltar os olhos de tanta admiração por armamento. Contudo, seu jeito hostil não demorou a aparecer, e de forma rápida ameaçou o pequeno homem, alegando que levaria a foice, e ainda ficaria com as joias dele. No entanto, mesmo na tentativa de escapar daquele lugar ileso, Colt IV não contava com a aparição de um capanga daquele vendedor, e logo recebia uma bela pancada em seu estômago que o fazia ser jogado ao chão, que por consequência, fez com que perdesse todas as joias que agora estavam de volta as mãos do pequeno vendedor.

A ameaça era feita, as intenções estavam explicitas, o objetivo daquele homem era o terceiro olho do nosso protagonista tatuado, que por sua vez não se intimidava com aquelas palavras. Em um avanço rápido daquele “gigante” que estava prestes a desferir um golpe vertical em Colt IV, o jovem de prontidão saltou para trás, escapando do feroz golpe que quebrava um pequeno pedaço do chão, mostrando a possível força que aquele capanga teria. Em tom de deboche, Colt IV retribuía as ameaças feitas anteriormente, alegando que os dois estavam em sua famigerada lista da morte, e que ambas seriam cruéis. – Eu faço questão de acabar com você pessoalmente... PIRRALHO!!! – Saía dali furioso, passando por uma estreita porta que era tampada por uma cortina vermelha.

Após aquela “troca de farpas”, Colt IV avançava contra aquele homem na intenção de cortá-lo e, na aplicação do golpe, o grandalhão conseguiu esquivar saltando para trás, mas logo na sequência, a foice pegava em uma das prateleiras a destruindo completamente. Em seguida, o jovem voltava a tentar atingi-lo, mas dessa vez com a intenção de ferir seus joelhos, porém mais uma vez, o “gigante” saltava fugindo de tal ataque, fazendo com que mais uma vez outra prateleira sofresse com o golpe, sendo assim destruída.

Na intenção de distraí-lo, o homem usava uma das armaduras que estavam ali para atrapalhar a visão de Colt IV, jogando uma delas na direção do jovem de três olhos, que por impulso colocou o cabo da foice a sua frente tentando bloquear algum possível ataque, e que de primeiro instante até pareceu funcionar, porém o golpe havia sido muito forte, fazendo com que a foice tremesse, assim como o braço também, e em seguida, outra pancada forte, porém vinda de baixo. Colt IV até tentou se esquivar ao perceber que aquela pancada seria muito forte, mas apenas um leve acerto em sua coxa foi o suficiente para que o jovem tatuado perdesse por um instante a força de sua perna esquerda, fazendo com que ele ficasse de joelhos.

"Merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda!!!!!" A falha em atacar causava um aparente colapso mental no jovem, que sao sentir o golpe que o colocava de joelhos só conseguia pensar em como ele havia tomado atitudes idiotas. No entanto ainda não estava acabado, afinal "Aquele que está morto não pode morrer ..." Tal frase dita durante seu batizado como apostolo da morte era uma de suas favoritas, pois enquanto era tatuado ele sentia toda sua pele queimar e achava realmente que ia morrer, mas no fim ele havia percebido uma coisa, ele já estava morto.

-Agora eu vou te foder muito!- Enquanto falava isso Colt começava seu contra ataque, aproveitando de sua habilidade com as duas mãos ele iria procurar pela armadura que o havia atingido a poucos segundos, e ainda de joelhos tentaria pegar a mesma com a mão esquerda e lançar na direção da face do seu atacante. Este ataque no entanto não passava de uma distração para o golpe verdadeiro, utilizando de sua mão livre ele seguraria a foice e executaria uma golpe horizontal tentando acertar as laminas da arma na altura da cintura do homem, focando seu terceiro olho ao cenário ao redor afim de evitar que seu ataque se chocasse com algum móvel como aconteceu antes.

Sendo efetivo OU não em suas duas primeiras tentativas o jovem tatuado iria ainda tentar um ultimo golpe, se aproveitando da situação de estar de joelhos ele iria tentar ficar de cocora (adoro essa palavra) e flexionar o máximo suas pernas para então executar um salto na direção do oponente, na tentativa de usar sua foice para fazer um corte vertical mirando no topo da cabeça do homem, sendo que esta seria a primeira tentativa de um golpe fatal aplicada por Colt -Quero acabar logo com isso pra mostrar ao velho onde vou enfiar o cabo da minha foice! Barararara!- Em toda sua fala e ataques o três olhos mostrava um sorriso insano em seu rosto como quem adorava aquilo.

Infelizmente para o aspirante a deus da morte seu oponente era forte então havia a possibilidade dele se defender de seus ataques, e por isso pensar em uma forma de defesa era importante. Caso o oponente gigante tentasse atacar usando seu porrete, independente do lado Colt tentaria saltar para trás afim de aumentar a distancia o suficiente para o ataque não o atingir. Pois já tendo experimentado a força do golpe daquele homem ele não iria subestima-lo novamente. Mas caso o adversário tentasse se utilizar do mesmo truque sujo de lançar algum objeto na direção do jovem este iria executar um salto e tentar se esconder atrás de alguma estante ou peça de decoração da loja, como armadura, caso fosse necessário tentaria ainda executar um rolamento para dificultar o acerto do oponente.

Na ultima e remota, mas não inexistente possibilidade do grandalhão ou mesmo do velho sacarem alguma arma de disparo, como bestas ou revolveres o ceifador de três olhos iria tentar se mover em zig-zag com pequenos saltos na tentativa de dificultar uma mira precisa para o oponente e então avançaria na direção do mesmo e usando a foice com ambas as mãos iria tentar fazer a mesma descer em um ataque vertical mirando a clavícula daquele que o atacasse. Na possibilidade de alguma de suas estratégias darem certo, a morte iria desaparecer, tentando correr o mais rápido possível dali.

O baque daquela batida levava o jovem a se desesperar por um instante, lhe causando um pequeno colapso mental que o fazia ficar sem reação naquele momento, pensando nas péssimas decisões que havia tomado anteriormente, que por consequência lhe trazia a dor daqueles golpes violentos do grandalhão.

No entanto, as memórias de seu batizado lhe vinham à mente, os ensinamentos estavam fortes em sua convicção como um apostolo da morte, mostrando que não se renderia tão facilmente, e que faria qualquer coisa para dilacerar a quem lhe fosse a missão. As palavras ouvidas em seu passado ecoavam em sua mente, surgindo como um forte combustível para sua reação. Na busca por enganar seu forte adversário, Colt encontrou o capacete da armadura que havia caído sobre ele anteriormente, e com uma de suas mãos, arremessou na intenção de surpreender seu oponente, que tapeou o capacete com facilidade utilizando de seu porrete, mas logo via a lamina da foice tomar direção em sua cintura, logo o capanga foi capaz de escapar, contudo, não percebera o posicionamento de Colt, que com suas pernas flexionadas, saltou em direção a ele desferindo um golpe vertical para enfim trazer a morte ao seu adversário, que em uma boa reação, deu um passo para trás tentando sair do caminho da lamina, porém, a extensão da foice era bem longa, e mesmo a ponta foi capaz de rasgar o meio do queixo do homem.

Colt sorria ao olhar o sangue escorrendo ao centro do queixo daquele homem que gemia de dor com a quantidade de sangue que perdia naquele momento. – Cabo? Eu vou te encher de furos seu “muleque” fedido, porco e imundo!!! – A voz vinha por trás de Colt – o vendedor aparecia novamente – mas dessa vez, ele empunhava em sua mão esquerda uma velha pistola totalmente carregada, e então o gatilho começava a ser puxado contra Colt, que na tentativa de fugir dos tiros, começava a correr em zigue-zague em direção ao pequeno homem, dificultando os disparos que eram gastos em toda a loja, menos na tal escória que assim considerava ser.

Se aproximando do homem, Colt preparava um golpe matador, o pequeno em desespero arregalava os olhos com a iminente morte e fúria do tatuado, mas sem antes ser surpreendido pela aparição rápida de seu capanga que conseguia por um triz, bloquear e segurar o golpe de nosso jovem de três olhos, impedindo a morte de levá-lo. Contudo, Colt conseguia ver que o capanga já perdera muito sangue, e que sua força já não era mais a mesma.

Nada parecia funcionar a favor do jovem de três olhos [b]-MERDA! Por que você não morrer???- A fala, ou melhor grito desesperado era dirigido ou gigante que carregava o porrete. O homem que mesmo ferido parecia ainda ter forças para lutar contra a própria morte, no fim era um puta dor de cabeça para Colt. O ceifador não conseguia pensar muito bem no que fazer a seguir, e muito disso vinha em decorrência de sua sede de sangue sua vontade de matar limitava sua mente, mas uma fala de seu falecido (pleonasmo pois havia sido morto por ele mesmo) mestre lhe veio a mente naquele momento -Colt, eu nunca conheci ninguém que eu não pudesse cortar a garganta ou os olhos, são ótimos lugares para atacar..- E tal lembrança veio como uma luz iluminando a escuridão da mente do rapaz.

Ao abrir seu terceiro olho Colt focou o mesmo na garganta do inimigo maior, aquele que segurava um porrete enquanto seus dois outros olhos se mantinham atentos a movimentos ao redor, como do vendedor. Sem desfocar da garganta do oponente o jovem avançou com todas suas forças, segurando a foice ao lado direito de seu corpo e a agarrando com as duas mãos, sua intenção era tentar executar um golpe horizontal mirando o pescoço do homem e esperava contar com as 3 laminas de sua nova arma para isso, afinal mesmo que uma delas fosse bloqueada outra poderia atingir o alvo. Mas na possibilidade do ataque falhar, ou não matar/incapacitar o adversário o ceifador tinha outro plano.

Dessa vez ele tentaria se afastar após o ataque inicial, ficando a uma distancia mínima de 4 metros e então iniciaria o ataque. Partindo em zig-zag para a direita e esquerda afim de confundir o gigante Colt tentaria fincar sua foice na direção do pulmão esquerdo do homem, com um movimento horizontal que tinha a intenção de pegar até mesmo o braço dele no processo. Mas sem se importar desse ataque ser efeito ou não a morte negra iria tentar virar sua foice em mãos segurando a mesma ao contrario
e então tentaria aplicar um golpe com o cabo da mesma, isso mesmo com o cabo, usando o mesmo como "lança" Colt tentaria atingir o olho esquerdo do homem e perfurar sua orbita até o mais profundo que fosse possível.

Sabendo da possibilidade de todos seus ataques darem errado o jovem tatuado começaria a planejar sua defesa, primeiro pulando para trás tentando manter uma distancia mínima de 2 metros de qualquer agressor -Por que vocês simplesmente não me dão suas vidas? Deve ser um honra morrer nas mãos da morte!- A fala dessa vez não tinha risos e dava para ver a seriedade no rosto do ceifeiro. Caso os oponentes atacassem com armas brancas com golpes verticais/horizontais Colt tentaria saltar para trás, afim de manter uma distancia ainda maior e evitar os ataques, focando seu terceiro olho em possíveis obstáculos que pudesse colocar entre ele e os agressores, enquanto os outros dois focavam na fuga.

Na possibilidade deles sacarem magicamente alguma arma de arremesso, a única defesa do jovem seria tentar rolar para trás de alguma coisa, uma armadura ou mesmo uma estante enquanto ele balançaria sua foice afim de bloquear e/ou confundir os atacantes. E para a possibilidade do velho voltar a atirar em qualquer momento Colt iria saltar para a esquerda e então voltar a avançar em zig-zag na direção do homem baixinho, tentando olhar sem suas mãos quando ele apartaria o disparo afim de facilitar sua fuga. Então enquanto avançaria com sua foice e tentaria executar um golpe vertical de baixo para cima mirando os testículos do velho, afim de contra atacar e ao mesmo tempo encerrar a batalha. Na possibilidade de alguma de suas estratégias darem certo, a morte iria desaparecer, tentando correr o mais rápido possível dali.

Aquela batalha parecia se estender mais do que o esperado, e as dificuldades se mostravam mais do que o esperado para Colt IV, que por fim começava aos poucos conseguir uma vantagem sobre o homem de porrete. Por um instante o jovem de três olhos percebeu que o homem estava cansado, e isso lhe daria a chance que tanto procurava, e de forma voraz avançou contra o homem, seguindo seus instintos assassinos orientados pelo seu “criador”.

Em uma pancada forte, as três lâminas destroçavam o porrete do capanga, que já cambaleante agora estava por um fio ao ter a lâmina do meio enfincada em seu ombro. Sem parar por um instante se quer, Colt continuou com o massacre, puxando a lâmina, saltando para trás e avançando logo em seguida para bater ainda mais forte naquele homem, porém agora em seu pulmão esquerdo, fazendo-o cuspir sangue ao entortar um pouco o seu corpo com a batida, e se não bastasse, Colt ainda não satisfeito, virou sua foice para perfurar o olho do homem utilizando do cabo de sua arma, levando aquele homem ao chão.

Atrás do capanga morto, estava seu chefe assustado em sua palidez, ao ver que aquele que deveria ser sua presa e “tesouro”, seria o mau agouro daquele dia. Em uma tentativa desesperada, o homem pegou sua arma que estava ao chão novamente, e antes mesmo que tentasse atirar, Colt com sua foice buscou as partes intimas do homem, que urrou de dor na mesma hora. – UUUUOOOOOORRRRGHH!!! F-f-f-filh... ooof... – o Sangue jorrava de sua boca enquanto tentava falar, e aos poucos seus olhos clareavam, e a morte o abraçava.

Com uma bela arma em suas mãos, Colt pôs-se a correr desesperadamente para fora da loja, tentando encontrar um caminho de fuga de toda a balburdia que havia causado ali. Ao chegar do lado de fora, Colt poderia perceber que as pessoas estariam agitadas pela rua, o olhando com puro medo e desespero, e ao fundo uma voz podia ser ouvida. – OS GUARDAS! A MARINHA! LOGO IRÃO CHEGAR! – Um pedido de socorro havia sido feito, e o perigo rondava a vida de Colt, que era um recém-chegado a Lvneel, e em plena luz do dia, já chamava tamanha atenção sem o menor cuidado possível.

A cor mais bela do mundo finalmente se mostrava para o aspirante a ceifador, o vermelho vivo que aparecia das feridas abertas de suas vitimas possuía em seu intimo algo que excitava o jovem tatuado, o levando ao êxtase. Após sujar sua nova arma de sangue ele deixou o local com dois corpos para trás, e um ENORME sorriso no rosto -A morte vem para todos, a não ser que você já esteja morto! Bararara!- Sua fala era direcionada as almas de seus oponentes que agora possivelmente o amaldiçoavam, no entanto dificilmente algo poderia deixa-lo para baixo agora.

Ao sair da loja pode ouvir os gritos de civis chamando a marinha, e mesmo achando que havia feito um bem ao mundo ceifando suas almas Colt não pretendia ser preso naquele local. Então fecharia seu terceiro olho com força, torcendo para que com suas tatuagens chamando a atenção para seu corpo ele não ficasse muito chamativo, e iria correr procurando por uma viela, ou um beco com muito lixo, qualquer lugar onde um mendigo poderia estar.

Se encontrasse tal local iria tentar afundar ao máximo no mesmo e deixar sua lamina lá, para então se sentar a cerca de cinco ou seis metros da mesma, colocando seu rosto entre as penas para não revelar sua face. No caso de algum morador de rua o incomodar sua fala seria bem categórica -Minha cabeça não vale nada, mas se me ajudar lhe darei algo que poderá vender por mundo dinheiro.- Obviamente era uma mentira mas o três olhos não poderia arriscar ser preso agora, e pior, entregue por um ninguém.

Na possibilidade de não encontrar um beco/viela o garoto iria correr na direção do porto em que havia atracado na ilha, tentando se lembrar de como chegar lá e indo pelas ruas menos movimentadas possíveis. Sua intenção seria pular no mar e tentar ficar escondido abaixo de algum píer por algumas dezenas de minutos, claro era só um plano, um tentativa. Ele faria isso enquanto bolaria seus novos objetivos: Oque fazer a seguir? Para onde ir? Quem matar? Colt precisava responder tudo isso ainda.