[Auto/Aberta] - VA-11 Hall-A

Os últimos dias haviam sido turbulentos, saída do South Blue, Ágda acabara de voltar para a Grand Line e estava perto do Reino de Iceblood, já a ponto de avistar o grande pilar de gelo que eles chamavam de farol, quando seu pobre barquinho, avariado não só pela carga mas também pela entrada turbulenta da Reverse Mountain, fora atacado por um temido rei dos mares.

O confronto durou alguns minutos, Ágda usava de sua habilidade para ficar do mesmo tamanho da criatura e mandá-la de volta ao criador, porém imersa num cenário que lhe fazia lembrar a grande lenda do gigante Thor, a Bárbara não percebeu que havia destruído o próprio barco no processo.

Seu pensamento foi rápido, se agarrando ao cadáver do rei dos mares e juntos boiando até a costa. Esta não era a primeira vez que naufragou, quando se tratava de viajar parecia que a Gigante só velejava em marés de azar.

— Haaaaah… É isso que eu ganho por pegar barco de segunda mão — Já na praia, coberta mais por neve do que areia, reclamava consigo mesma enquanto torcia a água do mar de suas roupas molhadas — É isso! O próximo eu mesma faço! Só preciso das minhas… ferramentas… — Ágda olhava de um horizonte ao outro só para não encontrar seus pertences antigos e os que avistava pareciam quebrados, a única coisa intacta era sua arma, em forma de coroa, não muitos metros ao longe.

— Certo, é um novo, novo… novo… recomeço. Pelo menos eu já tenho meu almoço — Colocando sua coroa, e o corpo do rei do mar sobre o ombro, sem se deixar abalar pelas perdas materiais, a gigante por fim adentrou na floresta gélida daquela ilha congelada — Eu só espero que a cidade ao menos seja grande.

[...]

Os passos pesados da gigante faziam a floresta tremer e a neve cair das copa dos pinheiros, sem muita orientação, Ágda apenas utilizava do Sol para seguir na mesma direção até encontrar algo. Não muito longe de onde estava, podia ouvir latidos, rosnados e o som de uma criança gritando.

— Waaaaaaaaaaa! Socorroooooooo! — Detrás das árvores saía uma garotinha com roupas de inverno e carregando uma cestinha, perseguindo ela, uma alcateia de lobos — Oof… — Correndo sem olhar pra onde ia, a criança acaba esbarrando em dos pés de Ágda, caindo para trás no chão.

— Hmm? O que foi isso? — A gigante se agachava e isso fazia os lobos perceberem que a parede que sua presa havia batido se tratava de uma criatura muito acima na cadeia alimentar, eles pararam subitamente, rosnando um pouco e em seguida fugiram floresta adentro.

— Uufa, obrigado por me salv… AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH UM MONSTRO! — O desespero não era por conta da aparência de Ágda em si, mas pelo fato do cadáver do rei dos mares tapar toda a visão da garota, que pensava que seria devorada por uma criatura do abismo. — Por favor não me coma por favor não me coma!

— Ei ei, calma aí, eu não vou devorar ninguém, só esse bichão feio aqui — A gigante jogava o peixão no solo, revelando para a garota sua aparência, que parava por alguns segundos antes de voltar a gritar, afinal de contas, gigantes comendo crianças mal comportadas era uma das famosas histórias para dormir.

— Por favor não me coma por favor não me coma! Eu eu… eu te dou metade do meu almoço! — De sua cestinha, a garota tirava uma batata cozida, já fria, na verdade dado o clima da ilha estava praticamente congelada, e com muito esforço e falha tentava partí-la no meio, no final oferecendo à gigante um terço de batata.

Se para a gigante uma batata inteira era uma mera migalha, apenas aquilo era o mesmo que nada, mas a fim de apaziguar a garotinha, Ágda com todo cuidado utilizava dois para como pinças para pegar a comida e jogar direto na boca, engolindo sem mastigar.

— Pronto, agora temos um acordo, eu não vou mais comer você.

— Promete?

— Sim.

— Então tudo bem, obrigada por espantar os lobos, se me dá licença eu já vou indo — A menina rapidamente catava os itens que haviam caído da cestinha, uma espécie de flores vermelhas, e então tentava sair dali o mais rápido possível antes de cair para a frente — Hrhmmm…

— O que houve? Você já não ia? — Ágda observava mais de perto e percebia que a menina parecia ter torcido o pé enquanto fugia dos lobos — Parece difícil de andar com a perna assim. Ei, você mora na cidade?

— Moro…

— Se você me guiar até lá eu te levo até a sua casa, o que acha?

— Hmmm, tudo bem… mas você também não pode comer as pessoas da cidade!

Ágda levava a mão ao peito — Certo, eu juro não comer ninguém.

Com um acordo feito, a gigante apanhava a garotinha colocando-a em um de seus ombros, no outro continuava a levar o rei dos mares — Vamos lá então, me mostre o caminho!

Enquanto caminhavam um pouco em silêncio, Ágda podia notar no canto de sua visão os olhinhos brilhantes e curiosos da pequenina — Eu só Ágda, qual o seu nome?

— Emi… — Ela ainda parecia um pouco tímida, então a gigante decidiu puxar um pouco de assunto.

— E o que você fazia sozinha na floresta? Pequena Emi? É perigoso perambular por aí sem uma arma.

— Hmmm. eu estava colhendo flores pra vender na cidade — Em sua cestinha entreaberta era possível observar diversas pétalas azuis, Ágda não sabia disso ainda mas aquelas flores, chamadas de Crisântemo Coração, eram o recurso recurso natural principal e fonte de riqueza daquela ilha.

— Entendo, tentando ganhar um dinheiro extra desde jovem é uma boa ideia.

— Não… meu papai morreu na guerra e minha mamãe está muito doente, eu estou tentando ajudar em casa.

— Uma vergonha! Como pode um país tratar com tanto descaso a família de um herói de guerra. Você é uma boa menina Emi, continue se esforçando.

— Umu… — Emi concordava mas parecia um pouco tristonha com sua própria situação, Ágda tentava pensar em algo que pudesse animá-la.

— Hummmmm… E se eu te contasse algumas das minhas histórias pelo mar? Eu já vivi bastante sabia?

[...]

Depois de quase uma hora de caminhada, onde Ágda contava não só sobre suas próprias experiências mas também lendas e ambição de seu povo — Espera, então quer dizer que você é uma pirata? — A este ponto Emi já havia perdido completamente sua vergonha e medo.

— Eu acho que alguns humanos já me chamaram assim, mas eu não ligo muito pra apelidos.

— Não não não, não é só um apelido, se você vira uma pirata a Marinha te caça pra toooooda vida, você nunca vai ter paz.

— OH! Isso explica muito coisa…

[...]

Por fim chegavam na cidade, e imediatamente eram paradas pelo que parecia ser a guarda local, não a Marinha, mas um exército próprio da ilha. A confusão que se desenrolava entre os outros ali presentes acabava por envolver Ágda em problemas antes de tudo.

— Vejam! Ela também sequestrou uma criança! — Rapidamente Ágda se via cercada de dez a quinze soldados apontando rifles para si.

— De todas as ilhas essa é a primeira vez que eu sou caçada tão rápido. Shibobobobo! — Era certamente um record — Ei humanos, vamos parar por aqui, eu não fiz nada ainda, e não gostaria de destruir o reino pelo qual o pai da minha amiguinha morreu lutando.

Alguns homens davam um passo para trás, um tanto hesitantes e sem saber como prosseguir, enquanto outros começavam a cercar os dois humanos mais ao longe — Isso foi uma ameaça?! — Das sombras surgia uma figura mascarada e de autoridade local, se tratava de um vigilante.

— Nããão, isso foi um desejo. Afinal de contas eu sou inocente aqui.

Sem demonstrar medo, o homem que estava no telhado de uma casa, ainda bem longe de alcançar a linha de visão de Ágda, continuava a questioná-la, em sua cintura dois coldres com revólveres — Está me dizendo que você não está com aqueles dois que atentaram contra a Rainha? — O vigilante apontava para Ryuji e Yoriromao, que já se encontravam cercados.

— É o que? — Ágda espremia os olhos apra ver melhor e se inclinava um pouco para frente, Ryuuji podia vê-los balançarem — Não! Nunca vi na vida.

O vigilante não tinha certeza se acreditava ou não em suas palavras, ao menos a pequena Emi não parecia estar em perigo, e a situação parecia começar a se desescalar. Quando de repente…

*Boooooom!!!!!

O som da explosão de um tiro de canhão roubou a atenção de todos no porto. O projétil disparado acertava o pilar de gelo tido como um farol e derruba-o ao meio. Pessoas gritavam de horror, até que do horizonte finalmente surgiu um navio com uma jolly roger — PIRAAAAAAATAS — Um sino de alarme começava a tocar e a ilha que já estava numa confusão agora adentrava um estado de caos.

— Quanta barulheira logo de manhã… — Me espreguiçava, abrindo bem os braços e um grande bocejo.

Assim como todas as manhãs, me encontrava jogada em alguma viela perto do Porto, já havia preparado um amontoado de neve para servir de encosto para a cabeça e me deitar, mas não é como se conseguisse dormir. É impossível dormir quando precisa enfrentar o frio das madrugadas, podia até buscar formas como a bebida para me aquecer, mas não dava para evitá-lo. Começava a levantar aos poucos, ainda recuperando a força dos braços e pernas. Dava algumas batidinhas na roupa e ajeitava o cabelo para tirar a neve, e começava a caminhar para as ruas principais.

— Quem tá fazendo todo esse baru-... — Minhas falas eram completamente cortadas pelo som da explosão seguido dos sinos de alarmes da cidade.

A região portuária estava um completo caos, os civis começavam a se atropelar pelas ruas, crianças e idosos ficaram em completa desvantagem, os vendedores tentavam salvar o que podiam de seus pertences antes de também saírem correndo, e o navio cada vez mais se aproximava. Não me importaria se fosse um ataque qualquer ao setor leste, até porque existem muitos charlatães descarados por esse lado, mas a escala afetava mais do que apenas os babacas, precisava retribuir o mínimo apoio que recebi da ilha e não podia ver os mais velhos sendo deixados para trás.

— Todos que puderem me ouvir, venham por esse lado, a explosão não afetou tanto essa região! — Dizia em alto e bom som para aquela multidão desesperada, não recebia tanta atenção, mas não me preocupava com a grande massa. Focava minhas ações nas pessoas mais idosas, indo até elas e guiando-as, sem muita troca, apenas visando a segurança delas. Como já conhecia a maioria dos senhores e senhoras dessa área, não tive muitos problemas, podendo focar na situação rapidamente.

Observava o ambiente agora, com mais calma, e confirmava uma dúvida que tive mais cedo, porém ignorei. Logo mais a frente, duas figuras conversam com uma gigante no meio da cidade, esses dois que aparentemente estavam sendo perseguidos pelos guardas…

— Eles são realmente piratas? Por que agiram antes do navio chegar? — Me perguntava. — Que gente burra… — Começava andar na direção deles, as ações do homem e da mulher na rua demonstrava, pelo menos, uma imaturidade além do comum, não era possível que algum deles fossem o capitão do bando, logo restava a Gigante, que parecia mais centrada… — Vocês dois aí, a gigante é a líder de vocês? Ou o capitão está no barco? Eu realmente não ligo pra situação, mas vocês incomodaram muito mais do que deveriam, muitos civis indefesos podem ter morrido… — Enquanto caminhava na direção deles e os questionava, pegava minha faca da cintura e começava a estalar meus dedos e pescoço. — Não é pessoal, só preciso que vão fazer baderna pro lado dos ricos mesquinhos. —

— Roubar um barco? Não, eu já cansei dessas porcarias de segunda mão. Eu vim pra cidade construir o meu próprio! — Fez um sinal de força com um braço enquanto com a outra mão segurava o próprio bíceps — Hmmm, foi mal mas eu só tenho uma alma então vou passar — Ágda recusava de cara mas também ficava meio apreensiva, afinal de contas poderes de akumas no mi são imprevisíveis.

Com todo o caos que acontecia no porto, aquele trio parecia não se importar muito com os piratas que se aproximavam ou o risco de balas de canhão perdidas na cabeça. Ágda, distraída pela história do rapaz, acaba se aproximando e se agachando para ouvir melhor, "eles" estavam cada vez mais próximos.

— Shibobobobo… Vocês são engraçados. É eu já tive encontros parecidos, pequenos ratos sempre tentando furtar e se esconder, uma vez um até tentou pular e se esconder entre os meus… — A chegada de Kimiko era o que interrompia sua fala, a gigante lhe olhava de baixo a baixo, e só praguejava os deuses por aquele ser o dia dos mal entendidos.

— Capitã… já fazem muitos anos que não me chamam assim — Ágda nunca teve uma tripulação pirata, mas em seus anos de mercenária ela eventualmente possuía seu próprio esquadrão, infelizmente todos já estavam mortos ou aposentados, já faziam mais de cinquenta anos afinal de contas.

— Se eu fosse você abaixaria essa faca, a menos que possa suportar o peso das suas ações — Ágda se levantava alongando-se um pouco, dessa vez o rei do mar ficava no chão, com aquele olhar morto e um único corte limpo em seu pescoço por onde todo o sangue já havia sido drenado.

— Ah! E só pra sua informação eu não tenho nada a ver com os ataques, não sei quanto aos outros dois mas também não parece ser o caso — A gigante fitava brevemente por cima de seu ombro, a pequena Emi tremia um pouco e se agarrava em um dos cachos de Ágda, estava com medo, não pela própria vida mas pelo o que podia acontecer com seus entes queridos — É… eu também já cansei de toda essa confusão pela manhã.

Com cuidado Ágda apanhava a garotinha levantando-a como um gato pelo casaco e a colocava aos braços da única pessoa minimamente parecia se importar com os civis, Keiko, se a adolescente já estava naquela região a bastante tempo muito provavelmente já teria visto Emi na rua vendendo flores para ajudar em casa.

— Se quiser ajudar, por que não leva essa garotinha pra casa e protege ela lá? Sua mãe doente provavelmente não pode evacuar. Ai ai onde é que eu vou construir um barco se não restar porto? Esses piratas vieram num dia ruim, que azar, que azar…

Terminando de se alongar, a gigante novamente apanhava o rei dos mares e o arrastava pelo chão enquanto começava a andar em direção a costa, parecia inclinada a expulsar os piratas — Eu não sei vocês mas… eu acho que tem várias almas se entregando de bandeja naquela direção — apontava para o porto.

Ainda nos braços de Kimiko, Emi juntava ar nos pulmões para gritar palavras de encorajamento — Senhorita Ágda, não morra!

— Ahaha… sem chance, sem chance, apenas se esconda em casa e fique lá até o barulho acabar ok?

Eu havia sido pega de surpresa por esses acontecimentos tão repentinos neste começo de manhã. Olhando para os três principais elementos que começaram o alvoroço na cidade, a gigante era a menos maluca, o que já dizia muito sobre eles.

— Ainda bem que ela é a líder de vocês… — Deixava o pensamento escapar.

Um novo disparo foi realizado ao porto e o navio se encontrava bem próximo da Ilha. Normalmente deixaria que a ilha resolvesse o problema por eles mesmos, mas a gigante se demonstrava mais interessante do que aparentava.

— Fico feliz que esteve segura. — Dizia enquanto segurava a garotinha em meus braços. Ela e a gigante pareciam já ter um certo nível de intimidade, o que de certa forma também me aproximava da mulher. — Preciso te tirar dessa área, deixarei você com sua mãe, depois voltamos para buscá-la tá bom? — Falava para a garota, esboçando um sorriso forçado no rosto enquanto caminhava em direção ao beco mais próximo.

— Não precisa ter medo, chegaremos bem rápido. — Botava ela no chão a minha frente, tempo suficiente para que conseguisse juntar ambas as minhas mãos e começar a materializar um grande espelho retangular dali. — Mirror World… — O encostava na parede e pegava a garota no colo novamente. — Agora falta pouco. — Após tê-la em meus braços, seguia para dentro do espelho, passando para uma dimensão completamente diferente em questão de segundos.

— Onde fica o espelho da casa da mãe dela? — Perguntava ao espelho assim que chegava ao Mirror World, não desperdiçando tempo até meu destino, com passadas largas e rápidas em busca do espelho. — E aqui estamos! Disse que seria rápido. — Era perceptível nos olhos da garota como estava impressionada com a pequena viagem, mas para mim era tão comum que não entendia tamanha surpresa.

Logo que chegamos ao espelho já podíamos ver sua mãe deitada na cama. Felizmente a área da casa delas estava longe o suficiente para que não fossem afetadas por qualquer respingo que a confusão no porto poderia gerar. Agachava com Emi em meu colo a pondo no chão, de frente ao espelho. — Já está em casa, cuide bem da sua mãe, voltaremos depois que acabarmos com aquela confusão. —

Acenava para ela do outro lado do espelho, e agora com ela segura, podia me concentrar no grande problema daquele dia. — Se são piratas, quer dizer que eles tem tesouros, né? — Corria em direção ao espelho criado no beco enquanto pensava na possibilidade de conseguir alguma grana extra logo cedo. Saltava por ele e continuava a corrida até a costa, buscando pelo triozinho problemático.

— Ela tá segur- — Essa gigante tá ao menos me escutando? — Enfim, vim ajudar a sua capitã, preciso retribuir pelos cuidados dela. — Ignorava a menina mimada fazendo pirraça e direcionava as falas para o gado ambulante.

— Pfff — Ágda segurava o riso com as atitudes de Yoriromao, apesar de uma guerreira orgulhosa a Gigante não desprezava os fracos, enquanto a própria garota estivesse de bem com isso o resto não dizia respeito a Ágda — Certo, quando descobrir eu quero ver — Não era todo dia que se podia presenciar uma extração de alma.

O porto em si estava num estado caótico, toda a guarda real que antes perseguia Yoriromao havia recuado para proteger, enquanto a única linha de defesa restante eram três ou quatro vigilantes que atuam na área, o homem de antes, que estava negociando com Ágda, correu direto até o capitão dos piratas.

— AHAHAHAHA — Ágda gargalhava excepcionalmente, não só pela situação caótica mas pela forma doida e divertida que Ryuji lutava.

— O capitão quer a giganta, atire nas pernas, derrubem ela!!! — Uma saraivada de tiros eram disparados contra as canelas e coxas de Ágda, mas os projéteis simplesmente bateram em sua pele e pararam como se tivessem colidindo com metal, a gigante usava o misterioso poder do haki, invisível para aqueles novatos na Grand Line.

— Ai ai! Para isso faz… isso faz cócegas AHAHAHA! — Limpando uma lágrima de risada do canto dos olhos com a mão esquerda, o outro braço Ágda tinha seus dedos cravados no chão, e com um movimento de giro, a gigante "torceu" o chão em espiral como se fosse um pano. Não só um pouco de líquido surgia do solo, mas a mudança de terreno também fazia os piratas perderem o equilíbrio — Minha vez!

Utilizando o líquido que havia extraído do chão, embora em pouca quantidade, concentrou-o na ponta dos quatro dedos, e com um movimento de "garra" para cima enviou quatro lâminas cortantes de líquido altamente pressurizado, cortando alguns dos piratas ao meio, sem piedade.

Do canto de seus sentidos, Ágda podia sentir o navio pirata agora totalmente paralelo à onde eles estavam, pronto para atirar — Fogo! — Gritou o capitão pirata.

— Mas senhor, nossos homens…

— EU DISSE FOGO!

Três disparos simultâneos de canhão eram feitos, Ryuji estava distraído demais com um espadachim que avançava em sua direção, mas o que o rapaz via em seguida era um pé gigantesco que pisava em sua frente, esmagando o espadachim — Cuidado! — Gritou Ágda enquanto balançava o pedaço do falecido rei dos mares, revestindo-o com haki e utilizando para rebater duas das balas de canhão que vinham em sua direção — Ei alguém dá um jeito nesses canhões! Do nanico bebum cuido eu!

Ágda se virava ao capitão dos inimigos a tempo de ver ele estourando uma garrafa de rum na cabeça do vigilante de antes — Quem você pensa que eu sou? Minha recompensa de doze milhões de berries aterrorizou todo o South Blue, eu serei o Rei dos Piratas!