O senhorzinho se apresentou como George, dono de uma empresa de viagens chamada George Way que aparentemente era muito famosa aqui no South Blue. Eu nunca tinha ouvido falar nela, mas como eu cresci no North Blue, isso era de se esperar. Em seguida, antes de se despedir, o simpático empresário me convidou para um show que faria aqui na pousada hoje a noite. - Estarei lá! - Responderia, em um tom cheio de confiança.

Ele não explicou onde exatamente na pousada o show aconteceria e nem o horário exato do início, mas no fim concluí que se fosse algo realmente digno de minha atenção eu ficaria sabendo de tudo isso sem precisar procurar saber. Embora tenha sido curta, nossa conversa foi bem agradável, e George também aparentou ter ficado bem satisfeito. Era muito bom conhecer pessoas que entendem a minha grandeza logo de primeira vista, ah como eu queria que meus pais também fossem assim!

De qualquer forma, guardaria o panfleto e voltaria até a minha cadeira, no intuito de continuar a minha “vigia” pelo criminoso conhecido como Hornet. A tarde logo se aproximava, e com isso o clima apenas ficava mais e mais ensolarado. Além disso, notei que algumas outras pessoas ao redor da piscina me mandavam olhares furtivos, talvez demonstrando algum tipo de interesse.

Parte de mim dizia que eu precisava realmente focar na vigia, afinal se não pegássemos o Hornet tudo isso até agora teria sido em vão, mas outra parte, em contrapartida, me dizia pra confiar na Jane e no Wave e apenas aproveitar minha curta estadia aqui nesse lugar maravilhoso. Que mal faria me divertir um pouquinho no meio do trabalho né? Afinal, ninguém é de ferro e só se vive uma vez.

No fim das contas, a parte preguiçosa ganhou. Animada pra conhecer melhor algum, ou alguns, dos interessados ou interessadas, eu logo tentaria fazer contato visual com eles, não apenas com uma pessoa específica, fazendo sorrisinhos sugestivos e piscadelas pra sinalizar que estava "a fim" e que eles podiam vir falar comigo. Caso fosse necessário, faria um gesto de “vem cá” com os dedos. Afinal, eu era Angelica Florald, herdeira de um dos maiores conglomerados dos Blues, e correr atrás dos outros não fazia meu estilo. Eram os outros que tinham que correr atrás de mim.

Histórico:

Muito satisfeita com a conversa com o senhor George, Angelica resolveu que iria voltar a procurar Hornet da melhor maneira que conseguia: Voltando a aproveitar aquele belo sol naquela bela cadeira do lado daquela maravilhosa piscina. Não dá pra culpar a garota, porque realmente se tinha algo que a pousada Malú poderia se orgulhar era de sua hospitalidade e o quanto era um bom lugar para passar seu tempo relaxando. O sol esquentava e a tarde chegava, com isso aparentemente o desejo das pessoas também ficava mais forte e Angelica notava os vários olhares em sua direção, mas claro que ela não iria se dar ao trabalho de ir até eles e sim fazia questão de dar sinais para que os interessados se aproximassem dela e tomassem a iniciativa. Vendo isso, vários desistiram, sabiam com quem iria lidar, no entanto, duas garotas pareciam não se importar muito e foram na direção de Angelica.

A dupla tinha uma beleza bem destacada, a primeira mulher tinha cerca de 1,60m de altura e um corpo bem sugestivo, seios grandes, bunda grande, cintura fina, era um prato cheio para quem gostava desse tipo de corpo mais violão, além disso seus cabelos eram prateados e seus olhos eram azuis como o oceano. A sua colega era, por sua vez, uma moça bem alta com aproximadamente 1,90 de altura, longos cabelos laranjas e um corpo muito mais no lado da carne e musculoso do que a outra, com seios médios para pequenos e uma bela bunda ainda assim, com destaque para suas pernas e braços que pareciam bem musculosos. Ambas realmente se destacavam quando o assunto era beleza, mas em especial a de cabelos brancos parecia ser a “comandante” do caso e dava a iniciativa para falar com Angelica
- Olha só, não é todo dia que alguém tão bonito assim aparece por aqui. Qual seu nome? De onde você vem? Qual sua comida favorita? Prática alguma arte marcial? Por que está aqui hoje? Qual seu tipo — ela continuava, fazendo cada vez mais e mais perguntas, até que a outra mulher tocava em seu ombro.
- Calma aí, Rena. Não precisa perguntar tudo também, a gente ainda nem se conhece! — falava a de cabelo laranja para a outra que aparentemente se chamava Rena.
- Não vem com essa, Marry, olha só como ela é fofa, eu só quero conhecer ela melhor! — esta fazia uma cara de indignação de não poder continuar suas perguntas, mas rapidamente voltava a ficar animada, e perguntar — Mas sério, sei que aqui é lugar de gente rica, mas a maioria do povo aqui dentro é bem sem graça. Parece que o dinheiro não compra caráter ohohohohoho — a suposta Marry só conseguia suspirar enquanto a garota falava aquilo e não demorava muito para se aproximar de Angelica e falar em seu ouvido
- Desculpas pela minha colega, ela realmente não tem noção das coisas
- Ei! Eu sei que você tá fofocando sobre mim! — Rena gritava, percebendo que a mulher alta estava falando algo relativamente ruim sobre ela — Enfim, que tal de divertir com a gente, gatinha? Algo que queira fazer aqui na pousada?

A dupla era realmente empolgada e fazia o tempo passar como nunca só nas suas peripécias. Nesse ponto, era possível que Angelica percebesse a estranha demora de Wave e Jane de retornarem das suas buscas, mas poderia se considerar que eles também haviam parado para se divertir em algum lugar da pousada, assim como Florald estava fazendo.

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Legenda:

Como era de se esperar, meus charmes haviam funcionado e acabava de ser abordada. Eram duas garotas, Rena e Mary. A primeira era uma moça de cabelos brancos bem curvilínea, ela aparentava logo de cara ser meio hiperativa e muito cheia de energia. Mary, por sua vez, era muito atlética, e sua personalidade dava a impressão de ser um pouco mais reservada.

Rena me bombardeou com perguntas sem nem hesitar, o que me divertiu bastante. Eu gostava de ser o centro das atenções, então aquele tipo de comportamento nunca falhava em me deixar com um belo sorriso no rosto, mas a Mary, por sua vez, claramente tava um pouco envergonhada com as perguntas intrusivas da amiga. - Não se preocupem. - Responderia em um tom super amigável. - Meu nome é Angelica, sou de Rubeck no North Blue, meu prato favorito é caviar premium. Não pratico artes marciais, na verdade não faço muita atividade física além de dança.

Explicava tudo pacientemente. - Eu não tenho um tipo específico, e eu tô aqui hoje porque sou ca… - Imediatamente parei de falar, percebendo de repente que não era inteligente revelar que era uma caçadora num lugar onde algum agente do Hornet poderia estar escutando. - Capricórnio! Isso, tô aqui porque sou de capricórnio e minha taróloga me recomendou visitar a pousada hoje. - Faria uma risadinha nervosa ao inventar aquilo, torcendo pra ter soado convincente.

Em seguida, Rena comentou sobre gente rica não ter caráter, o que me fez torcer o nariz por um segundo, mas elas eram tão atraentes que eu podia deixar passar aquilo sem problema. Mas só dessa vez. Enfim, elas me convidaram pra fazer mais alguma coisa na pousada juntas, o que me fez perceber o quão Jane e Wave estavam demorando. Decidi não me preocupar muito com eles no fim das contas, afinal Jane tinha cara que sabia se virar sozinha. Novamente né, só se vive uma vez e alguém com a minha personalidade não ia jamais perder a oportunidade de conhecer melhor aquelas duas. - Quero sim! Mas eu não conheço muito a pousada, o que vocês sugerem? - Perguntaria. Em seguida, iria com elas.

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A situação em questão era bastante engraçada para qualquer um que olhasse para as três garotas conversando, uma tagarela, uma mais calma e comportada e uma estranhamente desconfortável. Angelica falava sobre estar ali por conta do seu signo, o que obviamente fazia com que os olhos de Rena brilhassem fortemente – Sério?! Nossa, eu acredito muito em destino, sabia? Signos pra mim são uma das melhores formas de se conhecer alguém, você sendo de Capricórnio pra mim faz perfeito sentido! Eu mesma sou de escorpião, mas não precisa se preocupar hihihi— ela então prosseguia a explicar em várias palavras o que significava a união de alguém de escorpião com alguém de capricórnio, alguma coisa sobre capricórnio ser do elemento terra e escorpião ser da água e por isso eles juntam teriam uma relação muito amistosa e etc. Marry parecia não se importar muito, talvez já estivesse acostumada com a amiga falando de tópicos como esse.
- A pousada daqui é um lugar bem espaçoso, dá pra fazer muita coisa. Nós podemos voltar pro pátio principal e procurar algum lugar pra beber e dançar  — ela dizia enquanto agarrava Rena pela roupa e arrastava enquanto acompanhava e mostrava para Angelica a direção.

Ao chegar no pátio principal, aquele que Florald tinha visto quando entrou na pousada mais cedo, ela reparava que realmente o pequeno bar que tinha por ali poderia ser perfeito para passar o tempo e se divertir. Rena nem pensava duas vezes e corria na direção de um dos lugares na frente do balcão do barzinho, já pedindo uma bebida de cor rosa que parecia ser bem cara — E aí? O quanto você aguenta beber?! — ela dizia apontando a taça de vidro na direção de Angelica e em seguida virando ela inteira. Suas bochechas ficavam rosas imediatamente e ela abria um sorriso enorme — É muito bom poder beber com alguém tão linda quanto você ohohohohoho! — era realmente engraçado ver como ela não mudava nada mesmo tendo ficado visivelmente bêbada em tão pouco tempo. Marry pegava um dos assentos e de maneira cordial oferecia para que Angelica pudesse se sentar ali, em seguida também buscaria um assento para si própria
- Você não precisa se preocupar com a Rena, ela é assim mesmo. Mas hey, você falou que veio do North Blue, né? Deve ter sido uma jornada e tanto, eu não consigo me imaginar fazendo isso. — a moça agarrava uma bebida que parecia bastante com saquê e começava a beber diretamente da garrafa, no entanto não ficava instantaneamente bêbada como sua companheira e apenas encarava para ver se Florald iria pedir algo ou não.

Se procurasse olhar ao redor, Angelica veria que alguns mordomos estavam colocando várias decorações ao redor do salão, como balões de festa, alguns pôsteres comemorativos e se olhasse mais a distância era possível ver até mesmo o que parecia ser uma banda se preparando para tocar em um pequeno palco. Ambas as garotas que a acompanhavam tinham notado também e pareciam empolgadas — Deve ser a tal da festa do George. Esse cara nunca decepciona! — Rena dizia virando mais um copo da bebida rosa — Espero que a banda que toque seja muito boa, eu estive esperando ansiosamente por isso! — ela se levantava e com certa dificuldade caminhava na direção dos rapazes da banda, sem se aproximar muito, ficava olhando e averiguando a situação dos instrumentos, parecendo bem focada.
- Essa Rena, viu? Mas realmente, vamos torcer para essa festa do George não ser um fracasso como da última vez. Ah, você sabe de quem a gente tá falando? Nosso chefe, o grande dono da George Way, está fazendo uma festa aqui hoje. Ele adora essas coisas!

Antes de poderem continuar a conversa, todos ali presentes começam a ouvir um som bem forte de tiros, seguido de uma forte explosão que destrói uma das portas para o salão principal. Um homem cai no chão, completamente apagado, e aparecendo logo em seguida pisando encima dele estava uma figura familiar, uma garota loira de bikini, a senhorita Jane. Ela segurava uma pistola e alguns explosivos, em seguida olhava diretamente para Angelica e falava:
- Opa! Encontrei minha pista para achar o tal do Hornet, e você?!

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Legenda:

Rena e Mary não demoraram a me levar até o pátio da pousada, onde ficava um belo barzinho. Eu não queria exagerar muito agora por causa festa mais tarde, então apenas beberia algum suco ou outra bebida não alcoólica. Com o passar do tempo Rena ficou bêbada bem rápido, já Mary, conseguiu manter a sobriedade. A moça então me perguntou sobre a jornada. - Pra falar a verdade, a viagem não foi nenhuma grande aventura. - Explicaria. - Minha família tem muita influência nos blues, eu não tive muita dificuldade pra navegar de carona aqui. - Usaria um tom casual ao falar, tomando um gole de suco.

Eu também conseguia perceber que estavam decorando o local, e Rena bem rápido já explicou que era pra festa do George. Além disso, segundo a Mary, ele era o seu chefe. Uam coincidência engraçada, mas não era fora do comum duas funcionárias quererem conhecer alguém que seu deu tão bem com seu chefe, pensei. Rena foi verificar os instrumentos da banda, e eu já tava prestes a mudar de assunto, quando algo inesperado aconteceu que mudou todo o clima do local.

Uma das portas do salão principal tinha sido totalmente destruída por uma explosão, e além disso, um homem inconsciente caiu pra dentro do recinto, acompanhado por minha parceira na caça de recompensas, que pisava nele como se fosse um tapete. - Jane!? - Levantaria da cadeira, bem confusa. A loira logo explicou que encontrou sua pista, e então perguntou se eu tinha achado a minha. Rapidamente olharia para Mary, com um sorriso meio sem graça. - Desculpa, a gente continua o papo outra hora, ok? - Em seguida, correria até Jane, meu coração começando a bater mais rápido de ansiedade.

- Pista do Hornet? Que tal você me dar algumas explicações? Depois de chegar até onde ela estava, imediatamente perguntaria, preocupada. - Que explosão foi essa? E quem é esse cara no chão!? - Ergueria a sobrancelha ao tentar entender o que diabos tava acontecendo ali. Minha expressão era um misto de medo e confusão, afinal, meu escudo humano, digo, guarda costas, não parecia estar presente e Jane já parecia estar em confronto com os piratas. Minhas pernas tremiam um pouco de medo enquanto eu olhava pros lados nervosamente em busca de algum inimigo. -  Aqui é seguro mesmo? Cadê o Wave? Tem algum inimigo vindo? Por favor fala que você vai me proteger se uma luta começar!  

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O pânico que Angelica demonstrava era algo que Jane não estava esperando. Florald rapidamente corria na direção da loira enquanto deixava Mary para trás, que apenas acenava quando a burguesa se despedia. Olhando ao redor era possível notar uma clara falta de Wave deixando a burguesa ainda mais preocupada pela falta de seu escudo humano, o que era refletido no seu rosto.

- Sim, bom, não sei dizer se é uma das melhores pistas. Basicamente esse cara aqui trabalha pro tal do Hornet e o velho já deve estar por aqui — ela dizia, enquanto agarrava o homem caído — Não queria que ele tivesse desmaiado, teria sido mais fácil de tirar algumas informações...

Enquanto isso, Angelica estava entrando em desespero quanto mais pensava que seu guarda-costas não estava pelo local. Jane estava ficando um pouco preocupada com aquela visão estranha da sua companheira tendo uma mentalidade tão fraca, bem diferente do que ela demonstrava antes, ou pelo menos parecia demonstrar. Por sorte, a loira conseguia encontrar uma justificativa para aquilo em sua cabeça

- Ah, você tá muito preocupada com o Wave porque ele é nosso companheiro, né? Sim, sim. Bom, eu não ouvi nada dele, ele pode estar até mesmo enfrentando outro cara nesse exato momento — Jane olhava ao redor — Vai ser um problema se tiverem muitos aliados do Hornet escondidos por aqui...

Nesse ponto, Rena parecia voltar para direto para o salão e dava uma boa olhada para a situação que as duas caçadoras tinham se metido, e claro, não podia ficar sem se intrometer — NOSSA! Vocês deram uma surra em um homem daqui ohohohohoho!! — ela dava uma forte risada enquanto se aproximava e admirava ambas Angelica e Jane — Vocês são realmente violentas hein, não sabia que você gostava dessas coisas, gatinha! Ohohohoho! — nesse momento, uma mão aparecia por trás de Rena e dava uma forte pancada na cabeça dela, ao olhar era possível ver Marry dando um suspiro forte
- Não é sobre isso, Rena. Então, vocês duas são aliadas? Eu ouvi a conversa e fiquei sabendo da situação, indo atrás do Hornet, vocês são Caçadores de Recompensa? — ela falava com um olhar sério, não exatamente agressivo, mas parecia um assunto bem importante para a moça grande.
- Ei, você conhece elas, né? Você acha que é uma boa ideia falarmos com ela sobre nosso objetivo — Jane sussurrava no ouvido de sua companheira, enquanto dava um grande sorriso na direção das duas mulheres que entraram na conversa — Bom, nós estamos preocupadas com um de nossos companheiros, um rapaz ruivo e magro chamado Wave. Vocês por acaso viram ele? Se não, vamos ter que sair procurando por aí!

Nesse momento, no meio dessa pequena confusão, as luzes da pousada de repente se apagavam. Todo o local era tomado por um escuridão profunda, mas que permitia enxergar um pouco o que estava ao redor por conta da luz do sol da tarde.
- Isso é um problema...
- Oh, será que isso é alguma preparação pra festa do George? Ohohohoho! Eu não me importaria de ficar assim nesse escuro com duas moças tão bonitas... — Rena dizia enquanto se aproximava de Jane, que instintivamente recuava para trás.
- Talvez essa não seja a melhor hora para flertar, Rena. Olha só o que temos na nossa frente. — ela dizia enquanto apontava para o outro lado do salão.

Do outro lado do salão era possível identificar uma situação horrível para qualquer pessoa normal que estivesse ali, eram os vários guardas e atendentes da pousada presos no chão, amarrados com cordas, e perto deles vários homens com caras nada simpáticas. Todos tinham aparência forte, roupas uniformemente rasgadas e carregando armas consigo. Eram aproximadamente 5 deles, enquanto três carregavam espadas, um deles, o maior, tinha um machado, e um deles não usava nenhum tipo de arma. Eles encaravam as nossas protagonistas com um olhar preocupante de se receber.
- Acho que o tal do Hornet cansou de esperar e resolver fazer um approach diferente. Bom, senhoritas, espero que saibam lutar! — dizia Jane, enquanto sacava sua pistola e se preparava para o confronto.

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