O Bando da Rainha Caolha

Diante do mar de trevas, acima e abaixo, que era a Sorbet noturna, as vozes da vovozinha lobo e do espadachim mal encarado ecoavam na mente de Douglas Whitefang. No caso, eu mesmo, me narrando de uma forma descolada.

Observando a noite, tudo parecia calmo. Provavelmente Nina não tinha chegado ainda. Ou eu estava encarando o lado errado do castelo.

Afinal, qual seria a prioridade que faria aquele velhote sair deixando os presos fugirem? Seria uma estratégia para vencer a batalha ou algo que precisava proteger ainda mais?

Ouviria o farfalhar do vento, encararia as sombras, sentiria a altura e o peso da construção firme em que me apoiava. Então, estava no Castelo Real? No centro de tudo?

O que quer que fosse a prioridade daquele velhote, seria o ponto nevrálgico para assegurar a nossa vitória ou impedir a nossa derrota. Mesmo sem saber nada de estratégia, eu sabia bastante sobre trapaça e tirar vantagem dos outros. E todos os meus instintos apontavam para algo extremamente valioso ou perigoso.

Mergulharia de volta por entre as grades, me tornando um espinho único nas partes necessárias para atravessar e retornando para a prisão. Os guardas feridos não se encontravam mais ali. Passaria de novo, vagarosamente, por entre as grades, seguindo para onde Agnis e a vovozinha haviam ido.

Chegando neles, diria: - Ei, vovozinha. Tenho certeza de que uma moça jovem e esbelta como você tem um ótimo olfato, hã? - Arrastaria o pé esquerdo para trás, reto, dobrando a perna direita e pondo os dois braços à frente do corpo, fazendo um floreio para a senhora. - Então, me diga, será que após tanto tempo preso com aquele velhote em um lugar fechado, será que a senhora teria gravado o seu cheiro? Seja lá o que ele for fazer, certamente será necessário impedi-lo. - Falaria sério.

E então, seguiria as indicações da vovozinha.

Caso não fosse possível, observaria bem o lugar, tentando usar minha malandragem para encontrar para que tipo de aposentos ele teria ido.

Neste momento, assistiria bem à bagunça que os trastes que estavam presos faziam ao palácio real. Por algum motivo, eu sempre gostei de ratos roubando os nobres.

Procuraria por algo que parecesse como aposentos reais ou por locais mais altos que pudessem me dar uma boa visão das coisas.

Apesar de eu sempre ter sido terrível no xadrez, de uma regra eu sabia: o Rei e a Rainha sob custódia eram as formas de vencer o jogo.

Enquanto sorria rumo ao meu caminho, me rememoraria de uma segunda regra: os cavalos agem de maneiras difíceis de calcular. E é fácil se perder ao tentar entender os movimentos deles.

E eu só sabia jogar com os cavalos.

RELAÇÃO COM PERSONAGENS:

As feridas não eram nada para eu me preocupar. Guerreiros não caem tão fácil, até onde sei. Lembro-me de um capítulo de “O Grande Theodor” em que ele foi alvejado por dezessete flechas nas costas e ainda conseguiu nadar contra a correnteza. Se ele podia, por que eu não poderia?

Os vagabundos pareceram não se interessar por fazer parte do reino de espa... spa... o reino da capitã. Céus, eu deveria tê-los explicado que era uma espécime de analogia criada pela mente megalomaníaca da rainha Nina.

— O nosso palácio fica num navio e a nossa rainha é uma capitã, rapazes. Somos piratas. Fiquem aqui e sofram a retaliação real ou venham conosco e sejam mais livres do que jamais foram em suas vidas! — diria durante o saque.

— Você vem conosco, vovó? — estenderia o convite em especial à velha loba que eu agora assistia pegando pistolas. Não tínhamos atiradores conosco e eu adoraria ter vários deles para nos dar cobertura. Os contos sempre tem um plotwist de um arqueiro ou sniper amigo que salva o mocinho de uma machadada desavisada com um tiro certeiro vindo do nada.

Fiquei feliz ao achar minhas coisas, pulei de alegria e bati as asinhas como se não houvesse amanhã enquanto segurava meu diário e os livros. — VOCÊS ESTÃO AQUI! VOCÊS ESTÃO AQUI! ACHEI QUE TINHA PERDIDO MEUS TESOUROS! — não via a hora de chegar no navio e me embrenhar nos cobertores para ler e narrar o dia de hoje até a mão adormecer depois de encher o bucho de sopa de beterraba com cordeiro.

Recuperei a amada katana com que Nina me presenteou e coloquei a bainha do lado esquerdo junto com a outra espada. A armadura do guarda não me servia por inteiro, por isso me desfaria do que atrapalhasse os movimentos. Se possível, ficaria com o elmo (se houvesse um) e o peitoral.

Bufei descontente quando percebi que o meu plano de causar distração encontrava pedras no caminho. E com pedras eu quero dizer os miolos duros feito rocha dos prisioneiros idiotas. Olhei-os de soslaio pensando como contornar a objeção. Se o problema era em prejudicar outros que sofriam igual então eu só tinha que apontar a pistola pros autores do sofrimento e esperar que os sofredores disparassem.

— Então vamos atear fogo no castelo desses paspalhões! Ou não, também. Não precisam me acompanhar: eu prefiro ser o tiro, mas há aqueles que preferem ser o alvo. Deixarei algodão doce e tortinhas de amora em suas lápides depois que a guarda real empalá-los, mas homens, essa noite eu comerei feito rei!

Brigar para que homens crescidos lutassem as próprias lutas era cansativo demais. Ser herói é divertido quando há donzelas em perigo, crianças e idosos para serem salvos, mas eu não via glória alguma em me tornar mártir por um bando de marmanjos fedorentos que eram incapazes de fazer o mínimo.

Não era uma história que eu leria. Não era digna de contar aos meus amigos.

Falando em histórias, iria de encontro até um dos meus personagens principais: o mestre. Prostrando-me ao seu lado, agacharia e daria a minha sugestão de incendiar o castelo.

— ...e eu acho que darão prioridade ao castelo em chamas ao invés de um bando de vagabundos fugindo... e, mestre, se não for pedir demais, podemos ver se tem uma biblioteca secreta dentro do castelo? — caras ricos como reis deveriam ter uma biblioteca assombrosa de maneira. Disso eu tinha certeza. — E um diário, claro. Um diário real com... inspirações para os meus livros. — caras ricos e poderosos como reis tinham as melhores fofocas. Fiquei pensando em cada babado que poderia encontrar para... er... contextualizar em obras posteriores.

Tomaria o diário em mãos e anotaria "personagem importante: vovó loba; descrever cenas cômicas". Sorri. As pessoas eram divertidas e viver essa aventura era algo grandioso para se narrar, porém isso não era o suficiente. Eu ainda não era forte o bastante. Corri os dedos na ferida da barriga e xinguei baixinho. Dali em diante eu seria forte. No próximo capítulo eu seria um verdadeiro pirata.

Relações:

Objetivos:

Nina havia subestimado Grayden. Agora, prensada mais uma vez pelo escudo, ela se odiava por ter feito isso. O seu nariz entortou tanto que foi até mesmo possível ouvir um crack que lhe arrancou um grito. - Argh! - Caiu no chão de bunda. Uma cachoeira de sangue descia de seu nariz, passava pela boca e pingava pelo queixo. Seus lábios tremiam de raiva, enquanto o carmesim do sangue dava-lhes um brilho sinistro.

Não havia espaço para fuga ou para truques. Não contra aquele homem. A Monarca compreendeu, da pior forma possível, que ela tinha que derrotá-lo antes que pudesse seguir com o seu plano.

Ficaria de pé rapidamente, sem tirar seus olhos dele. - Primeiro, seu troglodita desgraçado, meu nome é Nina! NINA! E eu sou a mulher que vai se tornar a Rainha dos Piratas, entendeu?  - Sua voz estaria encrespada de ódio. - E se você não fosse tão teimoso, eu já teria resolvido essa situação toda. Mas não, você ainda quer lutar! Eu não entendo vocês, homens… - Sua expressão de ódio relaxaria e então ela começaria a dar uma risadinha, ao mesmo tempo em que brincaria com a clava em sua mão direita, jogando-a no ar só para pega-la novamente. - Bastião de Sorbet, hein? - Faria uma pausa abrindo ambos os braços, colocando o esquerdo na frente de seu rosto enquanto que o direito ela seria erguido acima da cabeça. - Então se eu matar você, quer dizer que não existirá ninguém nessa ilha capaz de me parar, é isso? - Sorriria largo, mostrando todos os seus dentes. O sangue que banhou sua boca havia tingido os dentes de vermelho, fazendo com que ela parecesse um demônio comedor de carne.

Ela então dobraria ambos os joelhos e daria um pulo na direção do homem, tentando colocar sua rota de pouso bem em cima de Grayden. Seguraria o kanabô com ambas as mãos e o levantaria atrás de sua nuca. - AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! - O grito viria de suas entranhas, depositando naquele movimento toda a sua raiva acumulada. Assim que estivesse caindo sobre ele, ela jogaria suas pernas para trás e desceria a clava com tudo no homem, visando acertar sua cabeça. Apesar dela focar na velocidade, ela sabia que o homem seria capaz de bloquear com o escudo. Na realidade, esse era o objetivo dela desde o princípio.

Caso o escudo fosse usado para interromper o ataque, Nina tentaria pousar com os dois pés sobre o utensílio de metal, dando outro pulo para cima. Nessa situação, Grayden não conseguiria vê-la, então ela teria a vantagem por alguns segundos. No ar, ela empurraria o seu corpo para  lado, tentando controlar a queda e cair na lateral esquerda do cavaleiro, onde o mesmo provavelmente não estaria se defendendo. - Pensa rápido! - Cerraria os dentes vermelhos, puxando o kanabô com força, tentando acertar a nuca do homem com o corpo metálico da arma.

Após isso, ela daria três pulos para trás, para ganhar uma distância segura daquele homem.

Na situação em que fosse vítima de golpes de escudo ou socos, a Rainha usaria seus pés para dar rápidos passos para trás até se ver livre do alcance de Grayden. Entretanto, se ele tentasse chutar, Nina agarraria a perna ofensora do homem com a mão esquerda e a ergueria para cima, tentando derrubá-lo de costas.

- Vamos acabar logo com isso... - Pousaria a clava em seu ombro e a mão esquerda em sua cintura. Seu único olho estaria queimando em um misto de raiva e excitação. - Eu tenho um castelo pra saquear!

Armas:

Relações:

Brina Britta - 34

Onimaru estava melhor do que o esperado, e logo alcançavam um grande porta repleta de odores distintos, e entre eles Brina identificava seus companheiros. - Onimauro, tive uma ideia! - diria, parando na frente da porta. - Aliás, não é uma ideia, mas é quase uma ideia! Você está melhor, certo? Então entre ali e encontre Douglas e o Agnaldis, ou Aguinus… ai esqueci o nome do celestial… tenho certeza que eles estão naquela direção, mas sinto também que vai ter um montão de gente… de qualquer forma, você não estará sozinho indo pra lá, e poderá ajudar eles se necessário, e eles também poderão te ajudar, pois é assim que fazemos, um ajuda o outro! E eu voltarei até as torres, deu uma trabalheira levantar aquela ponte, e a arqueira tinha intenção de desfazer nosso trabalho! E se os guardas tentarem no lugar dela?!? É melhor eu voltar pra lá e evitar que mais inimigos entrem ou desçam a ponte, pois essa foi a missão da Rainha Nina para nós! E por falar nela, não sinto o cheiro dela vindo de dentro dessa porta, então acredito que ela tenha ficado para trás, e ela é muito poderosa para simplesmente ter sido derrotada! Pode ser que tenha tido um problema, e como eu disse, precisamos nos ajudar! Vá e tome cuidado! - diria. - Pelo Reino de Spadia e pela Rainha Nina!

Após revelar seu plano, deixaria o homem-peixe e voltaria correndo de onde vieram. Seu objetivo era voltar para a parte das torres e evitar que os guardas do castelo subissem nela para reverter a ponte. Caso encontrasse algum obstáculo no trajeto entre a grande porta e as torres, atingiria seus alvos da mesma maneira até o momento, com golpes verticais na altura da perna e das costelas, eliminando-os rapidamente para chegar logo em seu destino.

“Puff, puff, como será que Rainha Nina está?” - pensava, já fazia um tempo que não a via. Assim que chegasse próximo de onde estava anteriormente, posicionaria-se entre as torres e caso avistasse guardas, e gritaria a eles. - Eu sou Brina Britta! Bruxa da Ordem da Lua e Princesa-Bruxa-Curandeira do Reino de Spadia, e estou aqui para cumprir as ordens da Rainha Nina! Eu derrotei a mulher arqueira que estava protegendo as torres, e foi muito fácil! Kishishishi! Então não se aproximem, pois vocês estarão violando as leis do Reino de Spadia e serei obrigada a fazer com vocês o mesmo que fiz com a arqueira do cutelo! - Brina não tinha muita consciência de que sua aparência inofensiva dificilmente intimidaria alguma pessoa, muito menos um bando de guardas treinados, com pesadas armaduras e munidos de espadas. No entanto, sua intenção não era bem assustar ninguém, sentia-se apenas na obrigação de anunciar ao reino rival a sua posição e sua missão enquanto membro da corte real do reino do qual orgulhosamente havia sido nomeada como princesa. Ao término do seu breve aviso, bateria o cajado no chão ao mesmo tempo em que soltaria ligeiras fagulhas elétricas da palma de suas patas, sem proferir o Eletro, mas queria que o baque coincidisse com o estalar elétrico de sua habilidade racial e talvez causar algum impacto.

No entanto, se algum guarda decidisse a atacar, ela não hesitaria e devolveria os golpes. Esquivaria com saltos na lateral e os atingiria com o cajado na altura da perna, com intuito de os derrubar, e alternaria com outros ataques na altura do queixo para que eles fossem derrubados ou se desequilibrassem, para que em seguida pudesse finalizar com outro ataque do cajado na altura do estômago. - A PONTE NÃO SERÁ BAIXADA!!!

Relações: